Comun Tierra

Danças de Paz Universal: Encontrando a unidade através da Dança

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Um dos processos mais importantes na ecologia e sustentabilidade devem ser as relações humanas. Para viver uma cultura permanente e de paz não é suficiente trabalhar a ecologia exterior, primeiro é necessário trabalhar a ecologia interna, expandindo o senso individual, desaprendendo essa cultura individualista que a sociedade nos ensinou e reaprendendo a sentir-nos conectados com o todo.

Assim, que nesses quase três anos de viagem com o Común Tierra pesquisando comunidades sustentáveis, sempre vimos o tema das relações humanas, do trabalho pessoal e das práticas espirituais muito presentes em diversos projetos que visitamos.

Uma das práticas que vimos grande potencial para o desenvolvimento espiritual e que realmente nos tocou o coração, foram as Danças da Paz Universal.

As Danças da Paz Universal são um movimento iniciado nos anos 60, na Califórnia, pelo mestre Zen e Sufi, Murshid Samuel Lewis como uma forma de ajudar as pessoas no seu processo de expansão da consciência, reforçando o sentimento de unidade. O movimento, embora tenha nascido na tradição Sufi, desde a sua criação integrava práticas de várias tradições espirituais do mundo. Por isso, foi se expandindo pelo mundo e hoje acontece em muitas partes, sendo uma crescente em diversos países Latino-Americanos que visitamos.

As Danças acontecem em círculo, cantando mantras de diversas tradições espirituais do mundo, promovendo uma experiência de meditação extática coletiva. As coreografias são simples, e as orações (ou poemas) são mensagens de antigas tradições praticadas pela humanidade em seus diferentes caminhos espirituais. Há sempre uma pessoa que lidera o grupo, ensinando a dança e seu significado, e há alguns músicos tocando no centro do círculo. Como se costuma dizer, a proposta "não é a aparência, mas sim a presença." Tudo flui de forma muito simples e bonita, e qualquer um pode participar.

Durante nossa viagem, conhecemos as Danças num evento no México, com o amigo Jorge Calero. Depois de alguns anos de viagem, re-encontramos ele em 2012, na Colômbia, na Ecovila Atlântida, (que ele é fundador), no Treinamento Internacional de Líderes de Dança de Paz. Estivemos imersos nesse encontro por uma semana participando de muitos círculos, praticando diariamente com um grupo de mais de 100 pessoas de todo o mundo. Foi uma experiência bastante profunda e transformadora. Durante este acampamento, fizemos um vídeo que explica o que são as Danças de Paz, entrevistando algumas pessoas que estão nesse caminho há anos. Você pode ver abaixo:

Assim, desde então, estamos no caminho das Danças de Paz Universal, facilitando círculos dessa prática durante nossa viagem. É muito bom ter esta ferramenta para compartilhar com grupo, como instrumento para o desenvolvimento pessoal.

Vemos nessa uma prática integral porque ao mesmo tempo em que é acessível, também é muito profunda, trazendo grandes ensinamentos sobre como quebrar as barreiras do individualismo, aprendendo a ser cidadãos da nova era. Com os movimentos feitos em grupo, é muito fácil criar senso de unidade, conectando o círculo através do coração. Seu conteúdo tem muitos ensinamentos místicos e também políticos porque ao cantar mantras de tantas diferentes tradições, aprendemos a encontrar a nossa unidade nessas diferentes práticas, conectando-nos com essas tradições. Ainda mais, utilizando música e dança, instrumentos humanos ancestrais de congregação... É realmente uma experiência comunitária que ultrapassa julgamentos, e cria espaço para a integração espiritual. Uma ferramenta para a Paz!

Acabo esse post com uma lenda que um índigena Lakota uma vez me contou: "Nós acreditamos que o Sol e a Lua eram um casal, mas um dia brigaram, e a Lua disse que a cada dia que o Sol aparecesse, ela sairia, e todas as noites que o Sol se fosse, ela voltaria. Assim que, nós (Lakotas), cada vez que dançamos, dançamos pela união, pela integração do Sol e da Lua... e de todo o nosso universo!"

Mais informações: www.danzasdepazuniversal.org (Em espanhol e inglês)

Em Paz,
Leti e Ryan