Uma Exploração de Comunidades Sustentáveis na América Latina.
Que tal família querida?
Como já contamos no último post, uma das atividades que nós do Común Tierra estivemos mais intensamente envolvidos na Cúpula foram os processos de organização da Rede emergente CASA (Conselho de Assentamentos Sustentáveis das Américas), que busca integrar e fortalecer nosso movimento de assentamentos sustentáveis no Continente e estará ligada a GEN (Rede Global de Ecovilas).
Essa rede foi iniciada na Colômbia durante o Evento Consejo de Visiones - Llamado de la Montaña onde houve o Primeiro Encontro Ibero Americano de Ecovilas. Sua proposta é ser uma representação de base das Redes Nacionais de Ecovilas da América Latina, integrando num mesmo movimento outros projetos de assentamentos sustentáveis que não são necessariamente ecovilas, mas estão igualmente relacionados por seu perfil ecológico e comunitário, sob um mesmo guarda-chuva que os conecta, ao mesmo tempo em que cada área atua isoladamente.
A intenção é integrar essas áreas de forma holística para fortalecer e solidificar nosso trabalho de sustentabilidade e regeneração, integrando o fluxo de informação, gerando mais reconhecimento e plataforma política, e dando mais corpo ao movimento de sustentabilidade de base na América Latina.
Essas 5 pétalas estarão presentes em cada país, que terá sua CASA Nacional, com organização e representação local, sendo unificadas sobre uma mesma CASA Latino Americana conectada ao GEN (Rede Global de Ecovilas) que tem seus braços de atuação em diferentes Continentes.
A visão dessa rede surgiu quando nos demos conta do crescimento e evolução do movimento de sustentabilidade comunitário na América Latina, e como diversas redes nacionais estão se organizando para atuar, somado ao fato de que nossa antiga representação Latina do GEN não estava tão ativa como o movimento pedia.
Durante sua concepção na Colômbia, tínhamos um grupo com representantes do movimento de mais de 10 países (da América do Norte, Central e Sul) que, entre muitas discussões vimos a necessidade de integrar mais nossos trabalhos e apoiar-nos com uma rede colaborativa que promova sustentabilidade. Nós do Común Tierra estivemos profundamente envolvidos na concepção desse processo na Colômbia. E após meses trabalhando em divulgar e levar a mensagem a outros países que não estiveram presentes, estivemos outra vez em junho reunidos durante a RIO+20, onde pudemos junto a um grande grupo, os próximos passos desse trabalho, integrando projetos iniciados e encaminhando novas etapas.
ENCONTROS DE CASA NA CÚPULA
Por isso durante os dias 17 e 18 na Aldeia Nova Terra da Cúpula dos Povos, estivemos reunidos entre mais de 40 pessoas num (re)encontro de imersão onde passamos os reports da formação rede em cada país (Colômbia, Chile, Brasil, Costa Rica, Uruguay, Argentina), e das Eco Caravanas Continentais onde mostramos nosso vídeo e report sobre os projetos nômades comunitários atuais. Nesse momento definimos grupos de trabalho em 4 principais áreas organizativas como educação, comunicação, recursos e processos, definindo próximas ações a serem tomadas.
Parte do Grupo de Trabalho CASA - Aldeia Nova Terra
Após esse momento de integração, tivemos uma segunda etapa no espaço de ecovilas da Cúpula, o GAIA HOME. Tivemos duas reuniões abertas de integração entre membros de CASA e diretivos do GEN onde pudemos alinhar as primeiras estratégias de integração entre as duas redes, aproveitando o Encontro Mundial de Ecovilas em julho. Principalmente no segundo encontro, tínhamos um grande grupo com aproximadamente 60 pessoas e tivemos um momento de muita concentração e bons avanços onde definimos junto a esse grupo grande nossos primeiros passos, e finalizamos com uma linda celebração cantando nosso hino de CASA.
Mesa Aberta: Grupo de Trabalho CASA e GEN
Além dessas, muitas outras reuniões e encontros de articulação entre pequenos grupos de trabalho foram realizados para organizar o trabalho. Vimos intensa motivação de participantes de diferentes países da América Latina, com um grande grupo do Brasil (país sede do evento) envolvido. Nós do Común Tierra já vemos como, depois da experiência na Colômbia nossa rede está crescendo e dando seus primeiros passos e ficamos felizes de estarmos trabalhando juntos para co-criar esse processo forma orgânica e integradora... é bastante desafiador mas sentimos que estamos criando algo importante para nosso movimento e a vibração dos grupos envolvidos é muito alta e emocionante!
COMÚN TIERRA E AS ECO CARAVANAS
Como já contamos antes, nós do Común Tierra estamos envolvidos em dinamizar a organização do grupo de projetos eco nômades do Continente. Trouxemos informações dos projetos ativos que já reunimos até o momento e partilhamos nosso vídeo de apresentação nos encontros de CASA além de mostrar durante nosso workshop do Común Tierra no Gaia Home. Foi muito bonito poder apresentar nossos trabalhos e reconhecer quem somos nesse vídeo, além de ter sido inspirador para muita gente ver quantos os somos nômades no Continente e como não somos projetos isolados, mas parte de um movimento e tendência que pode colaborar para troca de informações e polinização de sustentabilidade.
Apresentando Vídeo das Eco Caravanas
Foto: Marta Buchweitz
A FORMAÇÃO DE UMA REDE CONTINENTAL
Ao mesmo tempo em que vemos o desafio de fazer um trabalho tão grande, entendemos que é um momento muito importante e significativo para nosso movimento de sustentabilidade na América Latina. Primeiro por ver quanto somos e como existem muitos projetos e redes crescentes que podem se conectar e apoiar. Segundo por estarmos desenhando uma rede participativa, fundada nas bases, por pessoas que trabalham em comunidades e projetos sustentáveis, que estão realmente atuando nessas áreas e têm conhecimento de causa. E terceiro, porque para ser sustentável precisaremos cada vez mais criar estruturas autônomas e interdependentes de colaboração e apoio, aprendendo uns dos outros, compartilhando conhecimentos, benefícios, recursos e criando relações sustentáveis de “ganha-ganha” em dois lados.
Como disse Marina Silva em sua palestra na Cúpula, “não temos mais tempo para dicotomia” e é isso mesmo, estamos buscando integrar, fortalecer, visualizar de forma holística nosso movimento de base, pois somente com essas estruturas poderemos criar os alicerces para um futuro sustentável entre os diferentes e crescentes caminhos existentes na América Latina.
Foto: Tainá del Negri
BEM VINDO À NOSSA CASA!
Se quiser saber mais sobre a rede, entre no link: www.casacontinental.org
Se quiser participar, entra na lista.
Aho família!
Letícia e Ryan